“Segundo um estudo do Instituto Nacional Ricardo Jorge, sete em cada dez portugueses que estiveram em quarentena acusaram sofrimento psicológico”. OPP, 2021
Novo confinamento, mas diferente. Já sabemos o que nos espera, contrariamente ao do ano passado, e existem vários fatores que pesam mais neste momento: as incertezas e dificuldades a vários níveis:
· Profissionais: desafios do teletrabalho, desemprego, mudanças laborais.
· Económicas: dificuldades financeiras acrescidas devido ao panorama atual.
· Pessoais: isolamento social e físico, saudades das pessoas mais próximas, menor apoio sócio-familiar.
· Familiares: ter de gerir as crianças em casa todo o dia, a telescola (muitas vezes ao mesmo tempo que o teletrabalho),
· Psicológicos: ansiedade, solidão, depressão, sentimento de desespero e de impotência em relação à situação atual.
· Entre muitas outras.
Assim, com tantos fatores desfavoráveis, o que podemos fazer para preservar a nossa saúde mental e gerirmos o novo confinamento de uma forma positiva e equilibrada?
- Repare nos seus pensamentos e sentimentos e aceite-os. Todos são naturais, da zanga, à preocupação, ansiedade e irritação. E é normal que, nestas circunstâncias, variem bastante – muitas vezes ao longo de um só dia!
- Depois de reparar nestes pensamentos e sentimentos, fale sobre eles. Com familiares, amigos/as ou com profissionais de saúde. Falar ajuda a tomar consciência do nosso estado emocional, assim como a sentir algum alívio, pois ao partilharmos sentimo-nos menos sós e mais apoiados/as.
- Confie que esta situação vai mudar. Apesar de a pandemia já durar há um ano, e as suas consequências terem provocado graves mudanças nas nossas vidas, não irão durar para sempre. É possível recuperar e ter esperança de que tudo melhore pode ajudar a manter uma perspetiva mais positiva.
- Encontre novas atividades que possa fazer nestas circunstâncias. Em vez de ficar a pensar nas coisas que não pode fazer, procure coisas novas para experimentar. Uma atividade desportiva para ocupar corpo e mente em casa (sugerimos o yoga, pois trabalha ambos); novos passatempos que possam até ser produtivos (criar algo para sua casa, por exemplo); começar novos projetos para tornar o seu dia-a-dia mais confortável ou para poder concretizar ideias antigas que nunca concretizou (por exemplo, criar um pequeno jardim na sua varanda, pintar de novo móveis antigos ou fazer um projeto de decoração para renovar a sala).
Caso se sinta assoberbado/a, num estado ansioso ou deprimido de forma recorrente; por longos períodos de tempo; de forma a que prejudique o seu funcionamento normal; ou sinta que está a perder o controlo, procure um/a psicólogo/a.